A transformação do canal de fluxo e do seu ambiente num parque urbano supõe para o futuro da cidade um importante incremento de zona verde. Isso poderia aumentar ainda mais no futuro com a incorporação de novos espaços atualmente com usos obsoletos, configurando o maior parque urbano da cidade de Palma.
O parque foi planejado como uma grande zona verde, com áreas brandas e com a capacidade de compatibilizar usos próprios de um parque com eventos pontuais da cidade como festas, concertos ou feiras.
O novo parque, situado no meio da cidade, supõe uma interrupção na continuidade da trama urbana, devido não somente à sua dimensão, mas também à topografia dos caminhos. Para potencializar sua qualidade de reserva verde, o tráfego rodoviário se reserva ao perímetro do parque e abaixo de uma das ruas laterais está localizado o estacionamento subterrâneo.
Rejeitada a possibilidade de cobrir o leito do córrego, é aproveitada sua presença para estruturar o parque em seu eixo longitudinal. A secção se amplia progressivamente e gera uma sequencia gradual de aproximações ao leito da ribeira.
O projeto trabalha a partir de cortes, desde o curso da água até as ruas que limitam o recinto construindo a transição entre parque e cidade, e aproximando os níveis do parque à cota mais elevada da cidade. Ao leito do rio é dada uma secção assimétrica que se abre com taludes verdes à esplanada superior do parque.
A concretização do parque é organizada a partir da manipulação de imagens de espaços naturais e rurais que são introduzidas na cidade, tirando proveito da contraposição natural-artificial. Um bosque mediterrâneo geometrizado ocupa os níveis superiores, como observatórios sobre o resto do parque.
As zonas intermediárias se ocupam com terraços criados a modo de cultivos agrícolas. A esplanada inferior acolhe os programas mais específicos como zonas de jogos, recintos para bares ou uma fonte monumental.